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13 de agosto de 2007

Nuvens

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As nuvens pareciam fantasmas
Os fantasmas pareciam verdades
As verdades pareciam problemas
Os problemas pareciam solidões
As solidões pareciam subterfúgios
Os subterfúgios pareciam liberdades
As liberdades pareciam tédios
Os tédios pareciam notícias
As notícias pareciam desejos
Os desejos pareciam alquimias
As alquimias pareciam amores
Os amores pareciam violências
As violências pareciam prazeres
Os prazeres pareciam mitologias
As mitologias pareciam perfumes
Os perfumes pareciam linguagens
As linguagens pareciam espetáculos
Os espetáculos pareciam viagens
As viagens pareciam desesperos
Os desesperos pareciam miragens
As miragens pareciam pânicos
Os pânicos pareciam amizades
As amizades pareciam pudores
Os pudores pareciam dúvidas
As dúvidas pareciam incêndios
Os incêndios pareciam torturas
As torturas pareciam discursos
Os discursos pareciam loucuras
As loucuras pareciam tempos
Os tempos pareciam possibilidades
As possibilidades pareciam boatos
Os boatos pareciam traduções
As traduções pareciam exibicionismos
Os exibicionismos pareciam digestões
As digestões pareciam orgulhos
Os orgulhos pareciam memórias
As memórias pareciam atrasos
Os atrasos pareciam traições
As traições pareciam isolamentos
Os isolamentos pareciam festas
As festas pareciam rancores
Os rancores pareciam músicas
As músicas pareciam retornos
Os retornos pareciam nuvens
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