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1 de novembro de 2007

Sofismas, Fantasmas e Filosofemas


saber é mais profundo
é um verso e é uma razão
não me interessa a verdade
para triunfar no mundo
não é mister justiça e retidão
mas prudência e habilidade

purifico as opiniões de zombeteiros
malabarista de argumentos tangíveis
mais verosímeis do que verdadeiros
mais sedutores do que plausíveis

creio na dedução a posteriori
creio na experiência a priori
atleta em combate verbalístico
eu sou um diletante didático

os poemas de Horácio são abismais
mas de leituras filosóficas superficiais
o poema de Parmênides é de alta filosofia
mas muito limitado enquanto poesia

em que reside a minha translucidez
se pela navalha de occam não tenho inclinação
é que só intuo ao escrever o que lês
leio o mundo como vontade e representação

estou certo de que me convenço
apenas pelo efeito psicológico
não pela correção de raciocínio
diverso do mais comum senso
tão nitidamente epistemológico
perspectivismo algo curvilíneo