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9 de janeiro de 2006

Ser

Tudo o que é real e nada do que é irreal pertencem ao domínio do Ser. Mas sobre tudo o que é real não é possivel dizer muitas coisas interessantes, especialmente sem sair do escritório do filósofo, não sendo por isso evidente que possa existir qualquer coisa como o estudo do Ser, sem mais qualificações. No entanto, esse conceito ocupa um lugar central na filosofia, de Parmênides a Heidegger. A questão central "por que há algo e não nada?" suscitou uma reflexão lógica sobre a questão de saber em que consiste a exemplificação de um universal, assim como uma longa história de tentativas para explicar a existência contingente através de um fundamento necessário. Desde Platão que, tradicionalmente, este fundamento é algo auto-suficiente, perfeito, imutável e eterno, que se identifica com o Bem ou Deus, mas cuja relação com o mundo cotidiano permanece obscura. A lógica moderna oferece pouco conforto a estas especulações e suscita a suspeita de que a questão de saber por que há algo em vez de nada é mal-formada ou não oferece quaisquer ganhos cognitivos, uma vez que qualquer resposta irá levantar sempre a mesma questão.