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30 de julho de 2008

Araújo em Ordem

Por uma conjunção de tempo e espaço, som e imagem, durante os 115 minutos que dura o filme eu estive em ordem, todo o caos do meu eu parecendo poder ser entendido por mim, por pura hipnose e identificação, não sem algum estranhamento. Ver na primeira fila foi melhor, quero ver de novo, necessito, várias vezes.


Saber das muitas pessoas que somos, que somamos, que somatizamos. Curar-me do que não é cor, melodia; revoltar-me contra o que não são sentidos, sentimentos; abandonar o que não forem risos ou lágrimas; fugir do que não forem ereções ou cólicas. Viajar é algo bom em si mesmo, mas viajar em si mesmo é algo melhor. Quero encontrar na Poesia um ser, outro, uma pessoa, simplesmente; quero através da Memória me transportar, chegar a ser outro, mais eu mesmo, naturalmente. Preciso de uma Beleza que seja carne, pele e cabelos; preciso de uma Razão que seja osso, vísceras e sangue. Preciso escrever tudo, o tudo que há de oco por fora em mim, este mundo inteiro que sou eu escrito.