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2 de novembro de 2010

Le Parcours


Uivo e ouço um eco a morder meu outro
que se lido comigo cala mundo no fundo da rua em voz lauta
e se fomos feitos do que somos, vi-me ali naquela cadeira,
a desfiar reflexões lupinas ao dom de quem me sente.

Não me faço um hoje em dia como antigamente,
que os tempos são de pressa, pausa da mente sem volta
como se o futuro sempre chegasse a ter fim,
e não é de hoje a minha nostalgia.

O que inspira ventos e chão sujo de passos que a perdição cria
com que sopro sobre as folhas a minha lama de fôrma,
um barro como disse-o narizado deforma figura ativa:
“insignificância da matéria humana”.

Nesta linha à mão rasura é onde minha fuga flana
por calos trôpegos a cicatrizar o risco cumprido que nos dias afio,
para que as novas trilhas sangrem o destino com que me singro
a cada vez que o azar me amaldiçoar controverso.