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4 de junho de 2009

Existismo

porque se morre apenas uma vez
estou ansioso
e no entanto
não me suicido
pois só se vive igualmente uma

a vida é simultâneamente
longa e trágica
como alguma dor
e a morte ao mesmo tempo é
cômica e curta
tal qual um prazer

morrer ou viver
são formas demasiado inexatas
e simplesmente complexas
do meu próprio e alheio Eu
que hoje já não tenho preferências
tanto que quando de um dia e local
tão imprecisos quanto o livre-arbítrio
questionado de súbito pelo Nada
com o Todo atento a tomar nota
se para ali e então afinal escolho
“ser” ou “não ser”
foi e será o melhor não responder
por querer demais aos três