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31 de julho de 2008

Inanição

Poemas escritos e os olhos fechados
Cansados vide evidência de fosfenas

Quisera ser apenas um ideal
Estando só com essas idéias
Parecer um fumo do filosofal
Entre as estadias e odisséias

Sede que mesmo oca me come
Fome que beijo louca me sede

Sustentando a esta nota
À roda destes meus pés
Susta-me cada suja bota
Julgo que dos chãos rés

Febo o fútil fogo com nojo mastigo
Castigo um vento frívolo que bebo

Quando me tornar letra morta
Já não precisarei sequer dormir
Errância se acerta na linha torta
Da obra o corpo livre para existir