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1 de janeiro de 2010

Quarto Lunar

A cidade crua nessa nossa noite inteira
menos a sinfonia de máquinas de lá
é já de um outro lado azul da porta
onde toda urbanidade está flanada
pra que aqui quietos caibamos calmos
mas pelo vidro e sacada há suicídios
e cintila a lua viva na ponta do olhar
como se desse tìtulo ao noturno da rua
pois no ar rouco se gritam gargantas
qual a propaganda que pisca a própria luz
com a sorte de calor que sua um céu
e cala mil línguas de que nunca se falou
em um livro louco que nos recitaria em chamas
pois agora onde somos sempre mais dois
há apenas o que é tao livre e ama
entre paredes tortas de um nosso dobro
debaixo de um teto todo de andar
por sobre os toscos tacos acarpetados
em que deitada jaz a nossa cama
e vaos vamos nela ao gozo ou sonho
invadidos de um no outro morar
pois nos cruza um país de estrangeiros
e jamais viajamos sem gestos genitais
ainda menos quando o luar se nubla
pois com paixao nova o tesao é crescente
que mingue o poema que a musa é nua cheia