Páginas

17 de outubro de 2006

Ler ou não ler

Oscar Wilde, citando alguns exemplos, nos informa que os livros podem ser muito comodamente divididos em três classes, a saber:
\
Os livros que se devem ler;
Os livros que se devem reler;
Os livros que não se devem ler nunca.
\
Comenta ainda que a terceira classe (todos os livros de argumentação e todos aqueles em que se tenciona provar alguma coisa) é, de muito, a mais importante. Dizer às pessoas o que devem ler é geralmente inútil ou prejudicial, porque a apreciação da literatura é questão de temperamento e não de ensino. Não existe nenhum manual do aprendiz do Parnaso, e nada do que se pode aprender por meio do ensino vale a pena aprender-se.
Ainda segundo o autor, dizer às pessoas o que não devem ler é coisa muito importante. Realmente é uma das necessidades que se deixam sentir, sobretudo quando se lê tanto, que já não se tem tempo de admirar, e quando se escreve tanto, que já não se tem tempo de pensar.
Ele termina com uma proposta. Quem escolher no caos de nossa literatura os CEM PIORES LIVROS e publicar a lista deles, fará um verdadeiro e eterno favor às gerações futuras.
Eu então gostaria de propor aqui exatamente o mesmo, desejando a participação de todas e todos, valendo tudo, incluindo o meu NãO FiQuE SãO ou até mesmo qualquer livro de Oscar Wilde. Eis a minha lista:
\
Os sofrimentos do jovem Werther (Goethe), O profeta (Gibran), A mulher de trinta anos (Balzac), A ressurreição (Tolstói), Para ser caluniado (Verlaine), Inferno (Strindberg), Os conquistadores (Verne), O morro dos ventos uivantes (Bronte), O clube dos suicidas (Stevenson), Pigmalião (Shaw), A mão direita (Soljenitsin), O imoralista (Gide), Haxixe (Benjamin), O apanhador no campo de centeio (Salinger), A volta do parafuso (James), Diários (Nijinski), A conseqüencia (Ziegler), O primeiro terço (Cassidy), O livro dos sonhos (Kerouac), Lenz (Schneider), A erva do diabo (Castaneda), Por quem os sinos dobram? (Hemingway), O som e a fúria (Falkner), Misto quente (Bukowski), Autobiografia precoce (Evtuchenko), Mephisto (K. Mann), Eram os deuses astronautas? (Däniken), Textos malditos (Pacheco), O desejo pego pelo rabo (Picasso), O diabo no corpo (Radiguet), O outro lado da meia noite (Sheldon), Ninguém é de ninguém (Gaspareto), Alta Fidelidade (Hornby), Kaos (Mautner), Crônicas de motel (Shepard), 13 (Townsend), O buda do subúrbio (Kureishi), Entre o sexo a loucura e a morte (J. A. Pinto), O sorriso do lagarto (J. U. Ribeiro), Depois do sol (I. L. Brandão)As pessoas dos livros (F. Young), As brumas de Ávalon (Bradley), O homem que matou Getúlio Vargas (Soares), Fliperama com creme (T. Coelho), Confissões de um comedor de xis (J. P. Goulart), Operação cavalo de Tróia (Benitez), O clube dos corações solitários (Takeda), De peito aberto (Romaní), Scum manifesto (Solanas), Diário de um mago (P. Coelho), Blecaute (M. R. Paiva).